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Prefeitura de Conquista determina que carroceiros coloquem ‘fraldas’ em cavalos e jumentos

(Foto: Mário Bittencourt )

Mário Bittencourt, de Vitória da Conquista 
(redacao@correio24horas.com.br)
Após sete anos de trabalho carregando todo tipo de carga e já próximo de ser aposentado, o cavalo ‘Tortilho’ terá de usar ‘fraldas’ por determinação da Prefeitura de Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia.
O equino é um dos pouco mais de mil animais que puxam veículos de tração na terceira maior cidade do estado e que a partir da segunda quinzena de maio só poderão andar de ‘fraldão’, sob o risco de serem apreendidos.
Com a medida, Vitória da Conquista segue o exemplo de outras cidades turísticas na Bahia e do Brasil. Em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, cavalos usam ‘fraldas’ há mais de dez anos, assim como em Paquetá e Petrópolis, ambas no Rio de Janeiro. A novidade na cidade baiana foi anunciada recentemente pela administração local, comandada pelo radialista Herzem Gusmão (PMDB), eleito no ano passado.
Além dos cavalos, os carroceiros e seus veículos também terão de se adaptar às novas regras, como ter ‘carteira de habilitação’ para conduzir a carroça, a qual terá de estar licenciada e emplacada, como qualquer outro veículo.
A administração diz que as medidas relativas aos carroceiros, seus veículos e os bichos são para fazer valer uma lei de 2008 que visa ordenar o trânsito de veículos de tração animal.
Sem respeito 
A gestão do PMDB afirma que a lei vinha sendo respeitada em parte pela gestão petista que a precedeu – no final do ano passado foram colocadas placas apenas nas 50 carroças que complementam o serviço de coleta de lixo.
De acordo com a prefeitura, será dado curso de 8 horas sobre noções básicas de trânsito para os carroceiros, que depois ganharão a habilitação, sem custos – pessoas com idade inferior a 18 anos, comumente vistas guiando carroças, inclusive em ciclovias, não poderão ser habilitadas.
Posteriormente, identificará as carroças com placas para facilitar a fiscalização do descarte correto de entulhos e outros materiais, já que muitos carroceiros o fazem em local não adequado, como terrenos baldios. Na cidade há oito pontos de coleta de entulho.
Dono de ‘Tortilho’ há um ano, o carroceiro Zenildo de Jesus Oliveira, 34, até concorda com as placas e a habilitação, mas acha que “a moda das fraldas não vai pegar”.
“Estou mais interessado em saber o valor das fraldas. Acho que isso vai mais nos prejudicar, nos fazer ter custos, do que nos ajudar no serviço”, disse ele, que realiza o transporte de materiais diversos pela cidade. 
Fraldão padronizado 
De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Públicos, que está sob o comando do coronel da reserva da Polícia Militar da Bahia, Esmeraldino Correia, o cadastro das carroças com vistas ao licenciamento será iniciado nos próximos dias.
A estimativa é cadastrar pouco mais de mil carroças. “A proposta é reunir a documentação necessária para o licenciamento que passa a ser obrigatório a partir da segunda quinzena de maio”, disse Correia.   

Já os ‘fraldões’, terão de ser colocados pelos carroceiros e seguirão um padrão estabelecido pela Secretaria. Ainda não há estimativa de quanto deve custar o ‘fraldão’. A matéria fecal dos cavalos terá que ser descartada em locais ainda a serem definidos e servirá para fazer adubo para plantas.

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