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Diferença de gênero pode surgir aos 6 anos; diz pesquisa

Reprodução

Giovana Girardi, do Estadão Conteúdo

Meninas e meninos de 5 anos escutam uma história sobre uma pessoa “muito, muito inteligente”. As crianças não recebem nenhuma dica sobre o gênero dessa pessoa, mas quando são requisitadas a adivinhar quem é o protagonista, com base em fotos de dois homens e duas mulheres, meninas e meninos tendem a escolher igualmente alguém do próprio gênero. A partir dos 6 anos, porém, essa identificação começa a diminuir, pelo menos entre as meninas, o que pode indicar que é nessa idade que estereótipos sobre gênero começam a aparecer.
É o que mostra um estudo de pesquisadores das universidades americanas de Nova York, Illinois e Princeton publicado nesta quinta-feira (26) na revista Science. O grupo, liderado pela estudante de doutorado Lin Bian, da Universidade de Illinois, investigou o comportamento de crianças de 5, 6, e 7 anos em relação a habilidades intelectuais e sugeriu que os estereótipos surgem cedo e têm capacidade de influenciar os interesses das crianças. O trabalho envolveu uma série de testes. O primeiro foi o da inteligência.
Depois, os cientistas checaram se essa percepção poderia afetar as escolhas. Outro grupo de crianças de 6 e 7 anos foi apresentado a dois jogos - um classificado como para crianças “muito, muito inteligentes” e o outro para as “muito, muito esforçadas”. O conteúdo, porém, era parecido. Foram feitas perguntas para medir quanto as crianças tinham ficado interessadas nos jogos. Meninas se mostraram bem menos a fim que os meninos no jogo para crianças muito inteligentes, mas o interesse delas e deles foi similar no jogo para crianças esforçadas. Depois os pesquisadores checaram se havia diferença nesse comportamento entre crianças de 5 anos, e nas de 6.
Novamente, meninos e meninas mais novos não mostraram uma diferença significativa nas suas escolhas, mas as garotas de 6 mostraram menos interesse que os garotos da mesma idade no jogo para crianças inteligentes. Por fim, meninas e meninos tinham de adivinhar qual entre quatro outras crianças (dois meninos e duas meninas tinham tirado as melhores notas na escola. Ao contrário dos outros três testes, neste não houve diferença significativa entre meninas mais novas e mais velhas em selecionar outras meninas como as com melhores notas. A conclusão dos pesquisadores é que a percepção das meninas sobre o desempenho escolar não se traduz no sentimento sobre ser brilhante em alguma coisa.

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