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Jaques Wagner recebeu R$ 82 milhões de propina e doações da Fonte Nova, diz PF

Foto:Divulgação
Luan Santos, do Correio 24h


O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) recebeu R$ 82 milhões de propina e doação não declarada fruto de irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (26) pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cartão Vermelho que busca suspeitos de envolvimento na fraude a licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Wagner é o atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia. O inquérito foi iniciado em 2013 e partiu de um estudo da Universidade Federal da Bahia que apontou irregularidades, entre elas que a Parceria Público Privada (PPP_  não era vantajosa para o estado.

Chefe da delegacia de combate à corrupção da PF, a delegada Luciana Matutino explicou que Wagner recebeu boa parte do valor desviado para pagar campanha. "Dos 82 milhões de doação, só R$ 3,5 milhões foram declarados, pelo que apontam as investigações até agora. De acordo com as investigações a licitação da Fonte Nova foi direcionada e decidida pela governadoria. A maioria das vezes a propina foi paga em espécie", afirma a delegada.

Em valores atualizados, o desvio chega a R$ 450 milhões. Além de Wagner, a PF indiciou Bruno Dauster, atual secretário da Casa Civil da Bahia, e o empresário  Carlos Dalton. A PF pediu a prisão dos três, mas a Justiça negou.  "Entendemos que deveria ter condução coercitiva hoje para que não pudessem combinar resposta.  Mas por decisão do Supremo Tribunal Federal as conduções estão suspensas. Em razão disso pedimos a prisão preventiva que foi negada pela Justiça", explica o superintendente regional da Polícia Federal na Bahia, o delegado Daniel Justo Madruga.

Durante a operação nesta segunda-feira a residência e o local de trabalho de Wagner foram alvo de busca. Os materiais serão analisados nos próximos 15 dias. Dentre eles estão 15 relógios de luxo apreendidos na casa do ex-governador.

A PF infrormou que Carlos Dalton e Bruno Dauster eram os prepostos que recebiam o dinheiro. Uma das entregas do dinheiro, segundo a PF, foi na casa da mãe de Wagner no Rio de Janeiro.

"A operação busca mais elementos a respeito de tudo que foi levantado. Muita coisa se tem nas delações da Lava Jato. Verificamos que o então governador recebeu boa parte do valor desviado para pagar campanha", afirmou a delegada.

Segundo investigação, a obra da nova Fonte Nova foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões. A licitação que culminou com a Parceria Público Privada (PPP) foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações (FNP), formado pelas empresas Odebrecht e OAS.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e foram  cumpridos pela PF em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no esquema criminoso. Os mandados têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro.

Confira a nota da Odebrecht

A Odebrecht está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.

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