O novo sempre vem... Juventude, política, nomes e
dilemas
Gostaria muito de começar este breve relato
feliz, mas a previdência não deixa e a providência me
traz sempre questionamentos acerca do tema. É verdade,
pois, que a política de Ipirá sempre sustenta-se no tripé: em nome da
família, para a família e os amigos da família... Chega a ser lamentável,
porém; muito real.
Vejo isso como uma obsolescência dos quadros políticos, por uma questão
anacrônica e sincrônica; vamos lá: anacrônica porque
o novo é natimorto, quando se fala em novo cenário político
a primeira pergunta é: vai gastar
quanto e quem será?
Sincrônica porque estes líderes assim como qualquer humano na terra
envelhecem e dificilmente poder e carisma são transmitidos através
de herança, é um jogo
subjetivo de conquista, muitos já passaram dos 60. Pelo índice
brasileiro de perspectiva de vida, daqui alguns anos muitos vão conversar com o além, alguns com Deus, outros com o Capeta, ou podem dar a sorte de não conversar
com ninguém por
toda a eternidade, mas o fato
inexorável da vida é: estão
morrendo...
Paramos de discutir
políticas públicas, para discutirmos financiamentos de macroestruturas, é um engodo na esfera do interesse público.
Hoje possuo não tão longos,
mas diria bem vividos 26 anos
de idade, tem vereador naquela
tribuna mais velho
que eu de idade, isso não é nenhum pecado
capital, ao contrário, é louvável que alguém conseguiu mil eleições, mas tem uma pergunta muito
rasteira por baixo, pergunta
que cheira aquele
queijo bem estragado dos hamburguer´s vencidos que comemos nas esquinas da vida às vezes, àquele
queijo fétido é tão parecido
com essa pergunta: e aí, nesses
anos todos o que temos de concreto na política legislativa e executiva?
Os caciques adoram a estabilidade do poder, odeiam a revolução. A
revolução abala drasticamente a estrutura posta, pois descortina a mesmice, a falta de idéia, a falta de proposição, de fiscalização, de tecnicidade, de comprometimento, de estudo de causa. Acham mesmo que
os grandes caciques políticos abririam espaço aos revolucionários? É mais ilusório do que pensar
que Eduardo Bolsonaro realmente seja fluente em inglês (por sinal, é lamentável também)
Por isso, não acredito que nomes jovens,
despontem sem conquistar o próprio espaço,
a própria retórica. Abro este parênteses para um em específico, Adson
Soares, presidente da CDL, único ipiraense a estar no
Prolíder (de envergadura internacional), também contemplado no processo
RenovaBR (ao qual tem a elite industrial e política brasileira. Não concordo com
tudo que ele pensa,
mas é respeitável o que ele propõe a fazer, sou de bases esquerdistas, ele de
um centro, mas conseguimos convergir na noção de progresso necessário. E tecnicamente ninguém
hoje tem o preparo
político dele (questão de vivência com os grandes
centros, mas na retórica ainda
brigamos feito cão e
gato às vezes). Um nome que eu gostaria muito
de ver despontar na política executiva desta cidade, pois é o tipo
de pessoa da ação propositiva. E seria interessante os embates da vida moderna, e aí a pergunta: como jogará o xadrez dos caciques de Ipirá?
Remonto ao ideário
de Maquiavel porque
todo texto eu cito alguém
e ele não pode ficar
de fora agora: o rei só pode ser amado ou temido, prestem
atenção caciques, novas
tribos inevitavelmente estão surgindo!
Leone Costa A.
Coordenador de Cultura, Maestro, crítico musical e
político.