De acordo com Marcella, há alguns meses, o celular do garoto
caiu na maré e acabou oxidando. Por essa razão, o pequeno Arthur decidiu vender
aviões de papel para comprar um aparelho novo, e saiu de casa sem que a mãe
percebesse. “Ele inventou de fazer os aviõezinhos, mas eu não sabia para o que
era, não estava entendendo. Ele só ficou o dia todo falando que ia fazer avião
de papel”, conta.
No dia seguinte, no período da tarde, a mãe procurou Arthur
em casa e não o encontrou. Ao perceber que ele poderia ter saído, pensou em ir
até uma praça, onde o filho costuma brincar. “Quando eu cheguei, ele estava lá,
sentado em um banco com os aviões de papel e triste, falando que estava
vendendo os aviões, que o pequeno era R$ 0,10, o médio era R$ 0,25 e o grande
custava R$ 1”, lembra a jovem.
Marcella conta que questionou o filho sobre o motivo de ele
estar vendendo os aviões, e ele contou que era para comprar um celular. Segundo
ela, algumas crianças ainda chamaram Arthur de doido, dizendo que ele não iria
vender, pois ninguém gastaria dinheiro com aviões de papel. “Eu fiquei triste,
e falei para ele que compraria tudo por R$ 3, e a gente iria para casa. Ele
disse que poderia ser, mas falou que o dinheiro que eu dei não daria para
comprar um celular”.
Marcella conta que o menino planejou a venda para que ela
não soubesse. “Eu nem sonhava, se soubesse que ele tinha ido para a rua vender
esses aviões, teria mandado ele voltar. Ele deve ter pensado que, se me
avisasse, eu não ia deixar, porque eu não deixo ele sair sozinho”, explica.
Repercussão
A publicação com a foto do Arthur relatando o episódio nas
redes sociais comoveu internautas, que começaram a procurar por Marcella para
ajudar o garoto. “Agora, as pessoas estão me enviando quantias em dinheiro para
ajudar ele a comprar esse celular. Eu não sabia que esses aviões iam voar tão
longe, e foi longe demais. Ele fala que está famoso, todo feliz”, comenta.
Contudo, mesmo com a repercussão positiva, a mãe do menino
diz que ficou assustada na hora. “Muitas vezes criticam, acham que é coisa da
mãe, podem achar que eu mandei ele ir vender, mas jamais. Eu prefiro sair na
rua para vender brigadeiro e bala no semáforo, do que mandar meu filho vender
alguma coisa, porque não acho jus
to uma criança na rua vendendo coisas. Foi
ideia dele, ele achou que tinha encontrado um jeito de ganhar dinheiro”,
finaliza.
Redação:
G1/SP