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Foto: Reprodução |
Um homem entrou em uma
paróquia, na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, dizendo que
queria se confessar, mas enganou o padre e levou R$ 800 que seria usado para a
compra de cestas básicas para comunidades carentes. O caso aconteceu na
quinta-feira (9), na Paróquia de Guadalupe, no bairro Urbis 6.
Segundo o pároco Valmir
Neves, o homem se apresentou como um traficante que estaria jurado de morte e
precisava de ajuda da igreja para sair de Vitória da Conquista.
"Eu fui atendê-lo na
sala e lá ele começou a falar que era traficante e que o irmão dele também foi
traficante, mas foi assassinado. Também disse que agora ele tomou conta do
tráfico e estava ali para não deixar ninguém mexer com a gente”, contou o
padre.
Ao religioso, o suspeito
disse que tinha marca de balas pelo corpo, chorou e pediu uma ajuda financeira
para fugir para o estado do Maranhão.
“Ele me disse que lá tinha
um outro padre, que estava com a família dele, que ele mandou para lá para não
morrerem. Que o padre do Maranhão estava ajudando ele, e quando ele chegasse
lá, ia dar espaço para que ele refizesse a vida”, relatou Valmir Neves.
Valmir detalhou ter ficado
com medo do homem e também se disse, ao mesmo tempo, sensibilizado com a
história. Por isso, decidiu entregar R$ 800 para ele.
“Depois da Paróquia de
Guadalupe, ele foi para a Paróquia de Nossa Senha de Aparecida e contou o mesmo
caso, das ameaças, da vida dele, e tirou mais do padre Alessandro R$ 800. Aí me
dei de conta que estava sendo roubado.”.
“Ele consegue sensibilizar a
gente, a gente fica com pena e entrega o dinheiro para ele. Ele começa a
chorar, fazer aquela cena e no final ainda pede a bênção. Olha que miserável”,
desabafou o padre.
Segundo Valmir, o dinheiro
que foi entregue ao suspeito seria usado para compra de cestas básicas e
remédios para os moradores carentes da região.
“Todo mês a gente dá 100
cestas para o povo e também remédios. Aquelas pessoas com extremas
necessidades, a gente ajuda com feiras, com outras coisas e aí vem um cara
assim de mão limpa, pega e leva tudo”, comentou.
O religioso informou que foi
ao Distrito Integrado De Segurança Pública (Disep), mas tinha muitas pessoas
para serem atendidas. Por esse motivo, foi orientado a voltar na segunda-feira
(13) para registrar um boletim de ocorrência.
Depois disso, ele precisou
viajar e deve registrar o caso quando retornar para Vitória da Conquista.
Fonte: G1