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Propício para o aparecimento de aranhas, o verão com seu
clima quente e úmido, apresenta um aumento no número de acidentes por animais
peçonhentos. Nesta semana, moradores do bairro da Federação, em Salvador, se
queixaram do aparecimento de aranhas na região e uma moradora está internada em
razão da picada do animal.
No ano de 2021, a Bahia registrou 779 casos e 5 óbitos
por picadas de aranhas, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (Sinan).
O mês de novembro foi o que apresentou mais ocorrências,
com 8 notificações e uma pessoa morreu decorrente do acidente. O mês de
fevereiro registrou 81 ocorrências e nenhum óbito.
Os meses que registraram óbitos pelo acidente com os
aracnídeos foram: janeiro, março, maio, outubro e novembro, com uma morte cada.
Atrás apenas da estação da primavera, que notificou 209
casos, durante o verão de 2021, a Bahia recebeu 206 queixas e registrou dois
óbitos.
De acordo com o coordenador do Centro de Informação e
Assistência Toxicológica da Bahia (Ciatox), Jucelino Nery, a evolução das
picadas de aranha para internação e óbito são raras, mas é preciso ter atenção
com o animal.
No Brasil, existem três espécies de aranhas venenosas: a
aranha-marrom, aranha-armadeira e a viúva-negra. Porém, as aranhas mais comuns
em Salvador são as marrons e armadeiras.
“É importante lembrar que nem toda aranha de cor marrom é
a aranha-marrom, do gênero Loxosceles, de importância clínica”, alerta.
Segundo Nery, a confirmação da espécie só acontece
através de identificação feita por um biólogo e a população não deve tocar nos
animais com a mão ou pisá-los. “O ideal é retirá-la do ambiente de forma
segura, com uma vassoura, por exemplo, para evitar acidentes”, recomenda.
Em caso de picada, o tratamento é feito de acordo com o
tipo de aranha e sintomas apresentados pela vítima. No caso de aranhas de
importância toxicológica (aranha-marrom, viúva-negra e armadeira) é necessário
fazer o uso de soro antiveneno.
“Por isso, é importante que a pessoa acidentada procure o
serviço médico. O CIATox-BA irá orientar o médico quanto ao diagnóstico e
tratamento de cada caso, indicando o uso de soro, se for necessário”, diz Nery.
Quanto às aranhas "comuns", que criam teias nas
residências, Nery afirma que elas não oferecem riscos à saúde, mas que alergias
de pele podem ocorrer por contato com alguns tipos de tecidos, produtos de
higiene e alimentos, dependendo da sensibilidade de cada pessoa.
Como forma preventiva para afastar esses animais, o ideal
é manter o ambiente limpo, dentro e fora de casa; livre de lixos, entulhos,
restos de material de construção e acúmulo de madeiras; sempre sacudir calçados
e roupas antes de utilizar; colocar telas em janelas; manter berços e camas
afastados da parede; limpar constantemente ralos de banheiros e cozinhas,
podendo colocar telas para evitar a passagem desses e outros animais e fechar
as frestas nas janelas.
A Secretária de Saúde da Bahia (Sesab) informou que os
registros de óbitos estão sendo investigados para confirmação da ocorrência,
visando afastar possibilidade de erro de notificação.
Fonte: Bahia Notícias