Foto: Reprodução |
O homem apontado pela Polícia Civil de Pernambuco como
assassino da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, crime ocorrido em 2015 na
cidade Petrolina (PE), escreveu uma carta que foi apresentada nessa
segunda-feira (17) na qual afirma ser inocente. Segundo o texto divulgado pelo
advogado de defesa, Marcelo da Silva, 40 anos, diz ter sido coagido para que
confessasse o crime.
“Eu
sou inocente, eu não matei a criança, confessei na pressão. Pelo amor de Deus,
eles querem minha morte, preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero
viver. Eu não sou assassino” - diz trecho.
O homem foi apontado pela polícia como autor do crime na
última terça-feira (11). Na ocasião, a Secretaria de Defesa Social (SDS)
informou ter solucionado o assassinato com base em exames de DNA feitos na arma
do crime.
A reportagem da Rádio Jornal entrou em contato com a SDS
para falar sobre a carta, mas não obteve retorno. Assim que houver uma resposta,
este conteúdo será atualizado.
Na carta, o suspeito ainda afirmou querer falar com a mãe
de Beatriz, Lucinha Mota e disse querer proteger a sua mãe. "Quero falar
com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe", escreveu. O homem
finalizou a carta assinando seu nome, a data e com a frase religiosa "Deus
é Justo".
Leia
carta na íntegra:
"Eu
sou inocente, eu não matei a criança, confessei na pressão. Pelo amor de Deus,
eles querem minha morte, preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero
viver. Eu não sou assassino.
Quero
falar com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe. Deus é Justo".
O
que diz a família de Beatriz
Em uma transmissão ao vivo realizada nas redes sociais na
noite desta terça-feira, a mãe da menina Beatriz, Lucinha Mota, falou sobre a
carta escrita pelo suspeito. Ela diz acreditar que o homem é culpado, mesmo que
se diga inocente.
"Nessa semana o advogado dele mudou e, com isso, eu
já esperava que ele fosse agir dessa forma. Eu fico triste com isso, mas de
certa forma esperava", declarou.
Ainda segundo Lucinha, ela, acompanhada de uma equipe de
peritos, assistiu ao vídeo da confissão feita pelo suspeito à polícia e que
todos os profissionais afirmaram que o homem cometeu o crime contra a criança.
"Teve um perito que falou que mesmo que não houvesse
o resultado do DNA, ele [o suspeito] é 100% o assassino de Beatriz. O vídeo
mostra claramente que ele não sofreu nenhuma pressão e nem ameaça", falou.
Identificação
do suspeito
Na última terça-feira, a polícia divulgou ter
identificado o suspeito, que seria um homem que se encontrava em uma unidade
prisional pela prática de outros crimes. Segundo a corporação, o homem teria
sido ouvido e confessado o crime.
Ainda segundo a polícia, a identificação do suspeito
teria se dado por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de
Genética Forense Eduardo Campos, que identificou o DNA recolhido na faca
utilizada no crime"
Caso
sem solução por 6 anos
Praticado no dia 10 de dezembro de 2015 no Colégio Nossa
Senhora Auxiliadora, o assassinato de Beatriz completou seis anos em 2021 sem
que ninguém tivesse sido preso.
Com 24 volumes, o inquérito do caso, que possui 442
depoimentos, sete tipos diferentes de perícias, 900 horas de imagens e 15 mil
chamadas telefônicas analisadas, foi remetido ao Ministério Público de
Pernambuco (MPPE), no dia 13 de dezembro de 2021.
Os autos já haviam sido enviados em 2019, quando o MPPE
requisitou novas diligências. Todas as solicitações foram cumpridas e entregues
ao Ministério pela Força-Tarefa criada pela Chefia de Polícia para investigar o
caso.
Os quatro delegados, com vasta experiência em
investigações relativas a crimes de homicídios, revisitaram todo o material que
já havia sido produzido e realizaram novas diligências.
Por Rádio Jornal