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Ourolândia: Hospital usa vaso de desinfetante adaptado em recém-nascida, diz família

Foto: Reprodução

 Depois de esperar por quase três dias a liberação de uma vaga em um hospital pediátrico, pela Central Estadual de Regulação, e ter uma vasilha usada como uma espécie de incubadora, a recém-nascida Rebeca não resistiu e faleceu no Hospital Municipal Janaelson da Silva Araruna Costa, em Ourolândia – cidade a cerca de 71 quilômetros de Jacobina.


Familiares contaram ao Jacobina Notícias que a mãe da criança, Tamires Santana Aragão, estava com quase sete meses de gestação quando aconteceu o parto, na manhã da última sexta-feira (1º). Ainda de acordo com a família, após nascer de parto natural, a pequena Rebeca precisava com urgência de ser encaminhada para uma incubadora ou UTI Neonatal, onde teria mais chances de sobreviver.


Uma tia da recém-nascida contou que ela permaneceu até o último domingo (3) na unidade em Ourolândia, e que o hospital não tem uma estrutura adequada para atender este tipo de caso. Por este motivo, a bebê acabou não resistindo. A família afirma que uma vasilha de desinfetante foi adaptada como um tipo de incubadora. 


"Hospital de Ourolândia está péssimo em saúde. Minha cunhada deu entrada na sexta-feira de manhã, dia 1 de julho em trabalho de parto esperando regulação pra algum lugar e não teve regulação, sem estrutura para prematuro. A bebezinha tinha 6 meses e 3 semanas quando nasceu nem sete meses tinha (...) uma vergonha eles poderiam gasta para festa e deixar a cidade arrumada, mais compra uma incubadora parar recém nascido não pode (sic)", disse a tia ao Jacobina Notícias.


O QUE DIZ A PREFEITURA


A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Ourolândia, que negou ter usado um vasilhame de desinfetante. Em nota, a Secretaria da Saúde do município disse que foi "improvisado com um vaso de água destilada um Halo Cefálico" e que o procedimento é "comum nas pequenas unidades hospitalares". 


A pasta disse ainda que "em nenhum momento houve negligência, pelo contrário, a equipe médica de plantão não mediu esforços para que a vida da genitora e do recém-nascido fossem preservadas", e concluiu externando "os nossos mais sinceros sentimentos de pesar à mãe e aos seus familiares" e se colocando "à disposição para o que necessitarem".  Confira abaixo a nota na íntegra:


NOTA DE ESCLARECIMENTO 


A prefeitura de Ourolândia, por meio da secretaria da Saúde, vem a público trazer esclarecimentos quanto ao óbito de um recém-nascido, ocorrido no domingo, dia 03 de julho de 2022, no Hospital Municipal Janaelson da Silva Araruna Costa. 


A mãe de iniciais L.M.S.S., de 20 anos de idade, deu entrada na unidade hospitalar na última sexta-feira, dia 01 de julho de 2022, com contrações uterinas e em uma gestação de 29 semanas e 5 dias. Após atendimento médico, a mesma foi internada e inserida no sistema da Central Estadual de Regulação, para que fosse transferida para uma outra unidade com maior suporte obstétrico. Não havendo vaga disponível de forma imediata, a mesma entrou em trabalho de parto, tendo a criança nascido de forma natural e prematura. 


Após avaliação da equipe médica de plantão, foi identificado que o recém-nascido além de ter baixo peso e estatura, apresentava também desconforto respiratório. De imediato a criança foi colocada em um berço aquecido, sendo improvisado com um vaso de água destilada um Halo Cefálico (procedimento comum nas pequenas unidades hospitalares), que nada mais é que um aparelho em que o paciente (recém-nascido) recebe o ar aquecido e umidificado, com flutuações mínimas nos níveis de oxigênio. Além disso, foi administrada a cada 3 horas uma fórmula especifica para prematuros, através de uma sonda orogástrica. 


Após os procedimentos emergenciais, o recém-nascido foi inserido no sistema da Central Estadual de Regulação para que fosse providenciada a transferência aérea para uma UTI-Neonatal, vaga esta que só foi disponibilizada pelo Governo do Estado, na tarde do último domingo, dia 03 de julho, quando o paciente já teria vindo a óbito. 


Salientamos que em nenhum momento houve negligência, pelo contrário, a equipe médica de plantão não mediu esforços para que a vida da genitora e do recém-nascido fossem preservadas até a disponibilização de uma vaga por parte da Central Estadual de Regulação. 


Por fim, externamos os nossos mais sinceros sentimentos de pesar à mãe e aos seus familiares e em tempo nos colocamos à disposição para o que necessitarem. 


Ourolândia-Bahia, 05 de julho de 2022.


Assessoria Geral de Comunicação 

Prefeitura Municipal de Ourolândia


Jacobina Notícias

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