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Mortes de bebê e mulher em hospital de Jacobina geram revolta; Prefeitura se pronuncia

Foto: Reprodução

 As mortes de uma recém-nascida e uma mulher, que havia dado à luz seu filho em casa no distrito de Novo Paraíso, ocorridas no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho (HMATS), em Jacobina, no último final de semana, causaram tristeza e revolta na população.


Familiares da bebê Ana Cecília (à esquerda na imagem), que faleceu horas após o nascimento no HMATS, entraram em contato com o Jacobina Notícias. Eles acusam a equipe da unidade de negligência. De acordo com a família, a mãe da bebê, Jamille Almeida Santos, deu entrada no hospital no começo da manhã de quinta-feira (16/3), por volta das 5h30, já em trabalho de parto. E mesmo com a bolsa rompida desde o começo da manhã, segundo a família, o parto da pequena Ana Cecília só foi realizado à noite, depois de mais de 12h, quando ela e a mãe já passavam mal.


Ana Cecília teria sido afetada pela demora na realização de uma cesariana, e acabou nascendo roxa e tendo problemas neurológicos, conforme relataram familiares. A bebê foi intubada e precisava ser transferida para uma UTI Neonatal, mas não houve tempo e ela faleceu no dia seguinte.


"Deixaram minha irmã sentir dor até parir a criança normal porque não quiseram fazer uma cesaria, e quase vem a óbito também, estamos destruídos com essa perda minha sobrinha era perfeita saudável como diz todos os exames que minha irmã fez, tão saudável que nasceu grande forte, e morreu porque passou da hora de mais de parir (sic)", disse uma tia da bebê, através das redes sociais.


A gestante Rita de Cassia Nogueira de Jesus (à direita na imagem em destaque), que residia no distrito de Novo Paraíso, faleceu após dá à luz em casa e apresentar complicações. Familiares e amigos disseram que ela optou em ter o filho em casa por receio ir até ao HMATS. 


Depois do parto, Rita de Cassia passou mal e foi levada até a unidade, onde acabou não resistindo. Este é o 11° filho do casal, e de acordo com a Secretaria de Saúde de Jacobina, o bebê passa bem.


O QUE DIZ A PREFEITURA


A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Jacobina, para obter um posicionamento da Secretaria de Saúde sobre os casos. Em um comunicado oficial enviado ao portal, a Prefeitura negou ter havido negligência e pontuou acontecimentos que estariam de acordo com os registros contidos no HMATS. Confira abaixo na íntegra:


COMUNICADO OFICIAL


"A Prefeitura Municipal de Jacobina, através da Secretaria de Saúde, vem a público informar que conforme registros contidos nos prontuários de pacientes atendidos no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho, os episódios listados abaixo, receberam o devido acolhimento e acompanhamento médico realizado pela equipe que estava de plantão naquele hospital. Desta forma, trazemos ao público alguns pontos importantes que visam afastar desinformações propagadas por alguns veículos de comunicação de massa, sem a devida observação concreta de cada caso:


1. Em relação à RN de Jamille Almeida Santos, consta no prontuário médico que não tinha indicação de parto cesariano, trinta e nove semanas de gestação, pré-natal sem complicações e o nascimento ocorreu sem intercorrências. Entretanto, decorrido em torno de 1h do parto, RN apresentou hipoatividade e sonolência em decorrência de supostos problemas neurológicos congênitos, sendo acompanhando pelo médico responsável na emergência pediátrica, onde foi realizada a entubação do RN e a imediata solicitação de regulação para UTI Neo Natal. Infelizmente, após todos os procedimentos relatados o RN veio a óbito.


2. Em relação à paciente Rita de Cassia Nogueira de Jesus, seu esposo relatou no momento do atendimento que a paciente estava realizando seu 10 º parto, afirmou ainda que não sabia que sua esposa estava grávida, ressaltou que não fez pré-natal e a paciente já tinha realizado outros partos em sua residência. Contudo, nesta ocorrência, a paciente teria tido contrações em sua casa durante a madrugada, evoluindo para o parto por volta das 4 h da manhã em sua casa, sendo realizada a entrada no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho às 6 h da manhã, com um quadro de choque séptico e infecção grave. A paciente teve seu acolhimento realizado pela equipe médica que conseguiu realizar transfusões de sangue e iniciar tratamento antibiótico, porém o agravamento do quadro evoluiu para óbito. Não consta nenhum registro de entrada da referida paciente no HMATS anterior ao dia 19/03/2023, o RN foi atendido, estabilizado e razões das condições pré-maturas do mesmo, foi encaminhado para avaliação neonatologista por meio de regulação. 


Deste modo, a Prefeitura de Jacobina esclarece a população acerca dos acontecimentos e reforça que garantiu atendimento pleno em relação aos casos mencionados. Por fim, lamentamos profundamente a ocorrência dos óbitos".

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