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Preços diferentes para homens e mulheres em casas noturnas são proibidos

Crédito: Pixabay

Por Alana Ambrosio/CBN
Os dias em que você vai ouvir preços diferentes na porta da balada estão contados. A partir do mês que vem, nada de homem pagar a mais pra curtir a noite em casas noturnas, bares e até comer em restaurantes.
Uma determinação do Ministério da Justiça considerou isso ilegal. O motivo é simples: quando as mulheres pagam menos, pode até parecer vantagem, mas não é. Porque elas são usadas como estratégia de marketing pra atrair os homens aos estabelecimentos. É isso o que avalia o ministério.
Para a pasta, essa é uma prática comercial abusiva e uma afronta à dignidade do público feminino, que acaba colocado em situação de inferioridade.
E tem bastante lugar que nem vai precisar mudar nada, porque já iguala a cobrança entre gêneros. Principalmente quando o público alvo é LGBT. Apesar de ser heterossexual, Isabella Bertoluci sempre procura por esse tipo de lugar na hora de sair com os amigos e explica por quê se sente mais a vontade:
'Pagar menos quer dizer que vai mais mulher e usam como uma isca. Por causa disso, acho que não consigo sentir atração por uma balada assim.'
Ainda que a proibição da cobrança diferenciada seja um avanço sob muitos aspectos, Rafaela Carvalho trouxe mais um ponto para apimentar a discussão sobre o tema: o de que as mulheres têm salários menores do que os homens e isso poderia justificar os valores mais baixos para o público feminino:
'Proibição é um pouco esquisita, já que mulheres ganham menos do que os homens, em geral. Então vamos pagar mais, mesmo ganhado menos. Não tenho uma opinião formada.'
Uma pesquisa salarial feita em março deste ano pela Catho aponta que mulheres ganham menos do que os homens em todos os cargos. Os dados do IBGE, refletem isso: enquanto eles ganham, em média, R$ 2.251, elas recebem R$ 1.762, uma diferença de R$ 489.
A questão do preço diferente com base no sexo não é a única forma de os estabelecimentos usarem as mulheres. Manuela Spindola conta que já foi em balada que analisa até o perfil na rede social pra escolher quais meninas podem ou não frequentar o local:
'Critério de escolher quais são as pessoas que entram na lista é pelo perfil do Instagram. Não pode ser fechado, tem que abrir. Ou por beleza ou por número de seguidores, eles determinam quem entra na lista ou não. Já vi grupos de quatro ou cinco amigas e três entrarem na lista, mas duas não. Por não chegarem aos critérios que eles estabeleciam.'

As casas noturnas, bares e restaurantes têm um mês para se adequar à determinação do Ministério da Justiça. A partir de agosto, o consumidor poderá exigir na porta pagar o menor valor, caso ainda haja diferenciação. E se o estabelecimento se recusar pode acabar autuado.

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