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Bolsonaro diz que 70% da população vai ser infectada e volta a criticar isolamento social

A presença do presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar aglomeração de apoiadores em frente ao Palácio do Planalto na tarde deste sábado (18).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde e especialistas, aglomerações facilitam a propagação do novo coronavírus. Para conter a disseminação do vírus, a recomendação é o isolamento social. Segundo dados das secretarias estaduais de Saúde, o Brasil acumula 2.203 mortos e mais de 35 mil casos confirmados da covid-19, doença provocada pelo coronavírus.
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Por volta das 15h, o presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, onde mora com a família, e se deslocou até a sede do Poder Executivo.
Ele permaneceu durante cerca de 50 minutos no alto da rampa do Palácio do Planalto conversando com seguranças e acenando para um pequeno grupo que estava junto à grade. Questionado por jornalistas se teria algum compromisso no local, disse que foi ao Planalto para “ver o movimento”.
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Enquanto Bolsonaro observava a Praça dos Três Poderes, apoiadores começaram a se aglomerar em frente ao Palácio do Planalto.
Passados os 50 minutos, o presidente desceu a rampa e foi em direção ao grupo, já bem mais numeroso. Eram manifestantes que gritavam palavras de ordem contra o aborto e que se posicionaram atrás da grade de proteção do palácio. Algumas pessoas usavam máscaras, mas a maioria estava sem a proteção.
Separado pelas grades, Bolsonaro falou aos apoiadores e fez críticas às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos que determinaram o fechamento do comércio.
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O presidente afirmou que as ações provocam efeitos negativos na economia, citou a situação de trabalhadores informais e declarou que “milhões” de pessoas já perderam empregos com carteira assinada.
Bolsonaro afirmou que, como a economia não está girando, “vai faltar dinheiro” para pagar o funcionalismo público.
Sem citar nomes, o presidente disse não querer acreditar que as medidas de isolamento sejam parte da vontade de “políticos” que, segundo ele, querem “abalar a Presidência da República”.
“Não vão me tirar daqui, tenho certeza”, disse. Nesse momento, apoiadores começaram a gritar palavras de ordem contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O presidente voltou a dizer que a abertura do comércio não depende dele, mas de governadores e prefeitos. “Se dependesse de mim, muito mais coisa estaria funcionando”, declarou.
Bolsonaro lembrou recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que diz que estados e municípios têm poder para definir regras de isolamento.
Opositor das medidas de distanciamento social, Bolsonaro tem contrariado reiteradamente as recomendações de médicos e especialistas. Ele já compareceu a feiras, farmácia, manifestação e padaria, atitudes que também geraram aglomerações.
Em 15 de março, Bolsonaro participou de uma manifestação em Brasília. Em 29 de março, circulou pela cidade e visitou o comércio. No último dia 9, abraçou pessoas em uma padaria. No dia seguinte, foi a hospital, farmácia e conversou com apoiadores – chegou a limpar o nariz com o braço e em seguida cumprimentar uma mulher.
No dia 11, também fez fotos e abraçou apoiadores durante visita à obra de um hospital de campanha federal em Águas Lindas (GO) na companhia do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e do governador Ronaldo Caiado (DEM). Essas atitudes provocaram divergências com Mandetta, defensor do isolamento social e demitido por esse motivo. Na cerimônia de posse do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, no Palácio do Planalto, Bolsonaro também ignorou as orientações de distanciamento social ao cumprimentar e abraçar autoridades.
Na conversa com apoiadores neste sábado, Bolsonaro também disse que 70% da população vai ser infectada pelo novo coronavírus. “Se não for hoje, é semana que vem ou mês que vem. É uma realidade. Devemos é cuidar dos mais idosos, e aqueles que tem problema de saúde. Os demais, logicamente, é ter cuidado também, mas saber que tem que trabalhar”, declarou.
A conversa com os apoiadores foi transmitida ao vivo pela página do presidente em uma rede social. O grupo era composto por religiosos contrários ao aborto.
O presidente disse não apoiar ações de flexibilização do aborto e parabenizou as pessoas pelo protesto.
Na transmissão, antes de conversar com os apoiadores, Bolsonaro disse que falta humildade para “essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical”. Para o presidente, o comércio pode voltar a abrir com os devidos cuidados, como uso de luvas, máscaras e álcool em gel.
“Não sabemos quando vai chegar a conta do ICMS (estadual) e do ISS (municipal), estamos calculando muito acima, muito acima de R$ 100 bilhões, não tem espaço pra isso no orçamento”, afirmou.
Ele ainda manifestou preocupação com a situação de clubes de futebol. “Tem time aí que praticamente vai decretar a falência, time da segunda divisão, com toda certeza”, afirmou.
Na volta ao Palácio da Alvorada, o presidente foi questionado sobre como está a relação com Rodrigo Maia, mas não respondeu.
O presidente também pegou o celular de um visitante e falou com a pessoa que estava na linha. Antes de entrar, convidou uma família de oito pessoas que estava na portaria do Alvorada para conhecer o palácio.
Mais cedo, no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que deve conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ainda neste final de semana.
O chefe do Executivo quer que Alcolumbre coloque em votação a medida provisória (MP) do contrato Verde e Amarelo, que vence nesta segunda-feira (20), caso não seja aprovada.
G1

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